Crimes ocorreram em Figueirão ao longo de quatro anos; Justiça reconheceu ameaças, violência psicológica e agravante por relação familiar
A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou um homem, que teve a identidade preservada, a 24 anos e três meses de reclusão em regime fechado por crimes de estupro cometidos contra as duas filhas adolescentes. Os abusos aconteceram no município de Figueirão, na região norte do Estado, entre 2015 e 2019, período em que as vítimas tinham 13 e 15 anos.
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o réu utilizava ameaças para impedir que os crimes fossem denunciados. À filha mais velha, dizia que mataria todos os familiares caso ela revelasse os abusos. Já à mais nova, afirmava que ninguém acreditaria em seu relato, criando um ambiente contínuo de medo e coerção.
As consequências da violência foram severas. Uma das adolescentes desenvolveu quadro grave de depressão e chegou a tentar contra a própria vida. A situação só foi revelada após o início de tratamento psicológico, quando a vítima conseguiu relatar os abusos sofridos durante anos.
O caso foi denunciado pelo MPMS, com atuação do promotor de Justiça de Camapuã, Douglas Silva Teixeira, que solicitou o aumento da pena em razão do parentesco entre o agressor e as vítimas, circunstância considerada agravante pela legislação.
Ao proferir a sentença, a Justiça acolheu integralmente os pedidos do Ministério Público e determinou, além da pena de prisão, o pagamento de R$ 5 mil de indenização para cada uma das vítimas, como reparação mínima pelos danos causados.